No Afeganistão, EUA perdem a guerra mais longa que já travaram
Os Estados Unidos perderam a mais longa guerra que já travaram. O tratado de paz com o Taleban é uma saída americana pela porta dos fundos, como no Vietnã. Saldo para os afegãos: um país destruído durante duas décadas.
O Taleban, que em 2001 seria exterminado em semanas, é o único lado que pode declarar vitória. A linguagem corporal do aperto de mãos dado hoje entre os dois lados deixou isso evidente.
Sem dúvida, o tratado de paz é importante para a tentativa de reconstrução do Afeganistão. O Taleban, considerado um grupo pária em 2001, quando estive no país, emerge agora como uma força política inconteste. Assinar o acordo com os EUA sem a participação do governo afegão mostra a força do Taleban, que ganha reconhecimento internacional do seu maior inimigo.
Do ponto de vista doméstico, o presidente Donald Trump fará um falso discurso de vitória porque cumpre a promessa de encerrar uma guerra. No entanto, os números contradizem essa narrativa. Mais de 2.400 americanos foram mortos. Mais de 20.000 foram feridos em mais de 18 anos de guerra, a mais longa já travada pelos Estados Unidos. O custo do conflito ultrapassou US$ 2 trilhões.
O compromisso do Taleban de combater o terrorismo ajudará Trump a vender a ideia de vitória. Mas os grupos terroristas que ameaçam mesmo os EUA não estão mais no Afeganistão. A política de combate ao terror criou novos inimigos mundo afora com as guerras do Iraque, Líbia e Síria. Os erros de Trump na relação com o Irã também reforçaram esses inimigos. E ainda há, nos EUA, os supremacistas brancos alimentados pelo trumpismo.
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